MAKING SPACE
Um passo que cria espaço
Entrega-te aos acontecimentos teatrais performativos do corpo na cidade. Making Space é um ritual simples, uma acção que convida a caminhar para trás, a ganhar espaço e descobrir o ambiente urbano de uma forma diferente. Dirigido a todas as pessoas que são não ortodoxas, ou simplesmente curiosas.
Para participar basta seguir uma regra: andar para trás silenciosamente, ao longo de um percurso cuidadosamente selecionado pela artista Rita Vilhena. A coreógrafa convida todos a romper com a rotina diária, a deixar que a exploração háptica tome conta da navegação visual, e a imaginar um mundo diferente num corpo diferente. Making Space é um evento performativo em que os sujeitos se focam em torno de um fluxo: andar de costas e simultaneamente ver os outros andar de costas. Ao caminhar de forma absurda os participantes surgem como operadores simbólicos de uma identidade particular reflexiva no espaço público.
Pode a ação de andar de costas dar uma nova forma à paisagem urbana? O que pode um grupo de indivíduos criar quando andam juntos de costas?
O desafio é romper a ordem, quer para quem assiste uma situação inesperada quer para quem se expõe. Este é o princípio básico para o surgimento de uma acção cénica, segundo Marcelo de Sousa Brito, para quem a acção cénica seria assim qualquer expressão que une acção e discurso por um ou mais indivíduos, com o intuito de provocar o debate sobre o desenvolvimento cultural e social da cidade ou como uma maneira de estimular a ocupação dos espaços públicos de forma artística.
Como pode a experiência individual mudar a experiência coletiva? E como pode a experiência comum alterar a experiência individual?
Quando estamos num grupo em que todos andam para trás é como se estivéssemos todos cegos sem saber para onde vamos. Esta proposta apela à sensação do corpo, o espaço que ele ocupa e o espaço que libera. A estrutura coreográfica é constituída com um tempo e um espaço definidos. Os participantes caminham durante 45 minutos e depois relaxam 10 minutos numa posição, sentados ou de pé, para integrarem a sensação do período anterior. A acção já foi apresentada em vários contextos internacionais com grupos bastante ecléticos entre 20 a 60 participantes.